Para se ter uma ideia, dados do Sistema Nacional de Informações sobre Resíduos Sólidos mostram que o Brasil gera em torno de 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano, dos quais apenas 4% são encaminhados para a reciclagem, enquanto, infelizmente, os 96% restantes ainda vão para aterros ou lixões. Nota-se que esses dados abrangem apenas os resíduos sólidos urbanos e não levam em consideração os resíduos industriais.
Esse panorama evidencia a necessidade de encontrarmos soluções mais sustentáveis para a não geração e redução de resíduos. Considerando que, no país, o percentual de resíduos orgânicos fica em torno de 40% a 60%, destaca-se também o desafio de gestão para esse tipo de material.
Nesse contexto, a compostagem surge como uma alternativa promissora para o gerenciamento de resíduos orgânicos, pois transforma restos de alimentos e resíduos vegetais em um recurso valioso: o composto orgânico. Além de reduzir o volume de resíduos destinados aos aterros e dar um fim mais nobre ao que antes seria considerado lixo, a compostagem também contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa, o que torna essa solução ainda mais atrativa em termos de estratégias de sustentabilidade para as empresas.
Quando se fala das oportunidades de mercado da compostagem, o público-alvo pode variar desde pequenos geradores, como restaurantes, cafés, supermercados e hotéis, até grandes indústrias. Esses segmentos, que produzem volumes expressivos de materiais orgânicos, têm a chance de transformar um passivo ambiental em um ativo ao adotarem a compostagem como prática regular, utilizando o composto no solo e promovendo práticas de economia circular.
Contudo, o crescimento da compostagem em larga escala enfrenta desafios, como a falta de infraestrutura adequada, o alto custo inicial para a implantação de sistemas de tratamento e a necessidade de educação e conscientização da população sobre a importância da segregação de resíduos. Sendo assim, incentivos do estado e programas de parcerias público-privadas têm um papel crucial para viabilizar a expansão da compostagem e torná-la cada vez mais acessível a um número maior de empresas e municípios.
Para empresas e organizações que desejam alinhar suas práticas ao ESG e contribuir para um futuro mais sustentável, a compostagem não é apenas uma alternativa viável, mas uma oportunidade de transformar resíduos em valor. Adotar o processo de compostagem é um passo estratégico para reduzir a pegada ambiental, gerar composto orgânico e promover a economia circular.
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