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Foto do escritorPaula Yuri Taniwaki

Entenda a importância do tratamento de esgoto


estação de tratamento de esgoto


Um sistema de esgotamento sanitário envolve desde as etapas iniciais como a de projeção e concepção, até os estágios de coleta, transporte e encaminhamento do esgoto até a sua destinação final adequada do ponto de vista sanitário e ambiental.


O esgoto sanitário, de acordo com ABNT NBR 9648/1986, “é o despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária”, ou seja, é a mistura dos esgotos de residências, comércios, indústrias, pontos de infiltração e ligações irregulares de sistemas de drenagem à rede de esgoto.


Dos tipos de esgoto que compõem o esgoto sanitário o mais comum é o esgoto doméstico, que é o despejo líquido do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas humanas. Em outras palavras, é o rejeito gerado nas residências a partir da utilização da água das pias, vasos, chuveiros, entre outros.


O interessante é que quando falamos de esgotamento sanitário no Brasil, existe uma diferença exacerbante entre as regiões do país, tendo um sul/sudeste mais desenvolvido e um norte/nordeste precário. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2021, a região Sudeste possuía o maior índice de tratamento de esgoto, com 61,6%, já a região com menor taxa era a Norte, com 19,8%, seguida da região Nordeste com 34,3%.


De maneira geral, no país, de acordo com essa mesma fonte, 52,2% dos esgotos do país foram tratados, ou seja, cerca de 47,8% eram despejados diretamente na natureza sem o devido tratamento. Ainda, conforme dados do FGV Datasan, aproximadamente 54,1% dos brasileiros tinham acesso à rede de esgoto, porém 78,5% dispunham de esgoto tratado. Com isso, entende-se que há uma parcela do esgoto que mesmo coletada, ainda não é efetivamente tratada no país.


Com esses dados alarmantes, abre-se espaço para a discussão e a reflexão dos impactos das baixas taxas de tratamento de esgoto em nosso país.



1)    Aumento de impactos ambientais

 

O esgoto lançado in natura em rios, lagos ou oceanos pode provocar um desequilíbrio no ecossistema aquático e danos à flora e fauna desses locais. O aumento da carga orgânica (M.O.) gerada pelo despejo constante do esgoto estimula a diminuição da concentração de oxigênio dissolvido na água, pois os microrganismos e bactérias utilizam o oxigênio presente na água para degradar a M.O presente no esgoto. Consequentemente, há a mortalidade de peixes e outros orgânicos aquáticos, além de que, caso haja muito nutriente no esgoto em questão, como por exemplo nitrogênio, pode ocorrer a proliferação de algas.

 


2)    Saúde e qualidade de vida


Os esgotos domésticos são formados majoritariamente por água (99,9%) e uma pequena parte (0,1%) por sólidos e organismos vivos como bactérias, vermes e protozoários. No entanto, dependendo do tipo de esgoto, essa concentração pode ser danosa para os seres humanos e causar diversas doenças de veiculação hídrica como a amebíase, a cólera e a leptospirose, além das secreções humanas serem o veículo ideal para a proliferação de uma série de patógenos.


Por outro lado, a veiculação de doenças também pode ocorrer por meio do ar, visto que a liberação de esgotos ou efluentes industriais gasosos não tratados pode ser ofensivo à saúde das pessoas. Além disso, essas partículas podem se depositar no solo, prejudicando a sua e qualidade , e, consequentemente, com o bem-estar da população, já que ela usufrui da terra para a agricultura, por exemplo.


Ainda, o mau cheiro do esgoto não tratado despejado na natureza causa transtornos à população, diminuição da qualidade de vida e desvalorização imobiliária, além de ser um indicador de alguma irregularidade no sistema de esgoto. Vemos aqui que esses são pontos bem negativos.

 


3)    Economia e sustentabilidade


Existem pesquisam que indicam a possibilidade de reuso da água de esgoto pós-tratamento, como exemplo, temos as Unidades de Gerenciamento de Lodo (UGL). Os lodos de esgoto são compostos em sua maior parte por água, e com a sua secagem há a diminuição de riscos ambientais, visto que com a redução do seu volume, é mais fácil transportá-lo e destiná-lo. O produto final, então, pode ser reutilizado para compostagem, produção de biogás, entre outras finalidades.


Também, é possível reutilizar a água do esgoto tratado para outros fins não potáveis como lavagem de pisos, carros, descargas em vasos sanitários, irrigação de plantas e outros fins agrícolas, entre outros. Isso não só colabora para a economia financeira como também contribui para a preservação da água, que é um recurso essencial para a população e que deve ser manejado e preservado da melhor forma possível.



Dado todo esse contexto, muitas vezes não enxergamos a importância do tratamento do esgoto. Simplesmente temos essa noção de que, o que sai de casa vai para algum lugar, que chamamos pelo nome da própria concessionária ou autarquia municipal de esgotos.


E você? Já se perguntou como é todo o processo de elaboração de um projeto, execução e operação de uma rede e estação de tratamento de esgotos? São perguntas importantes para reflexão, pois é essa atividade que evita problemas de saúde pública, auxilia na conservação do meio ambiente, e muito mais, como é o caso do uso do lodo para produção de energia elétrica.



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